DOM de volta às bancas!

Posted in Revista DOM - De Outro Modo on março 10, 2009 by Taís Lambert

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Amanhã você tem um compromisso com a boa informação: ir à banca mais próxima e agarrar sua DOM

A publicação está de volta trazendo em sua capa ninguém menos que o surfista lindíssimo da novela global Três Irmãs, Kayky Brito, que foi apontado por você, leitor de DOM, como o Sex Symbol de 2008 em nossa pesquisa Os Homens do Ano.
Publicada pela Fractal, mesma editora da Revista G, a DOM volta às bancas com a já conhecida estrutura e qualidade editorial, trazendo algumas novas seções que enriquecem ainda mais sua identidade.
Nesta edição de reestreia, você poderá conferir reportagens sobre virgindade, fobia, ciúme e inveja (tema tão pertinente…), ONGs, Recife, Berlim, Fashion Week, desodorantes, exercícios para braços… Puxa, tem muita coisa!

E como se isso fosse pouco, ainda trazemos um portfolio de homens be-lís-si-mos que moram em Nova York (e que devem ser a felicidade de muita gente). Ah! E claro: não perca a entrevista com Pedro Andrade, o modelo, ator e jornalista carioca que ganhou notoriedade nos Estados Unidos como apresentador de TV.

Para acompanhar o retorno da revista, fique de olho em nosso site: www.revistadom.com.br. Lá você já pode conferir o making of de nossa capa.

A você, leitor, nosso muito obrigada pela espera e pela confiança. DOM voltou e está melhor do que nunca. Pra você.
; )

Equipe DOM
Augusto Lins Soares
Taís Lambert
Tino Monetti
Paulo Basile
Zeh Domingues

O DOM DE SER HOMEM

Posted in Homens, Pesquisa, Revista DOM - De Outro Modo on dezembro 15, 2008 by Augusto Lins Soares

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Eles fizeram e aconteceram em 2008. Cada um a seu modo, eles foram notícia na mídia brasileira e até mundial. Seja pelo talento, pela beleza ou simplesmente pela autenticidade, estes homens marcaram este ano e foram eleitos por você com 647.003 votos na nossa enquete Os Homens do Ano DOM. Com essa inciativa a gente buscou homenagear o belo universo masculino que, além de ser o nosso foco, é pouco valorizado como gênero na imprensa nacional. Mas a partir de agora, a nossa querida e festejada ala masculina passa a ter essa premiação anual aqui na revista. A seguir, faço um breve comentário sobre cada Brasileiro do Ano, eleito por você. E para saber mais, leia a DOM #10, que já está nas bancas. O nosso virtuoso repórter Thiago Magalhães é quem assina os perfis de cada vencedor, feitos a partir de pesquisas e entrevistas exclusivas. As fotos são uma atração à parte. Vale a pena conferir!

Alexandre Pato (Atleta): sangue novo no futebol mundial.

Malvino Salvador (Ator): sex appeal e carisma à flor da pele.

Juliano Corbetta (Blogueiro): cosmopolita e cheio de conteúdo virtual.

Pier Paolo Picchi (Chef): criatividade e bom gosto à mesa.

Felipe Lira (DJ): catalizador e contagiante dia e noite.

André Almada (Empresário): gentleman antenado e inovador.

Alexandre Herchcovitch (Estilista): ícone fashion em qualquer estação.

Miro Moreira (Modelo): sexy e chic, que nunca sai de moda.

Ney Matogrosso (Personalidade): multiartista com vitalidade de sobra.

Kayky Brito (Sex symbol): naturalmente lindo, é o mais jovem galã da TV.

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BOMBEIROS EM CHAMAS

Posted in Fotografia, Homens on dezembro 12, 2008 by Augusto Lins Soares

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Por Zeh Henrique

Que tal passar o final de semana na companhia de um, dois, três, quatro… bombeiros?! Pois é, para comemorar a nossa Edição de Aniversário, o nosso querido colaborador vip carioca, Thiago Lucas, conseguiu um ensaio exclusivo com a Corporação Oficial de Bombeiros de Paris para o nosso Portfolio. Ele convenceu o talentoso fotógrafo Tripak a publicar parte desse ensaio (very sexy!) na nossa edição de dezembro. O resultado você confere nas páginas de DOM #10 que já está nas bancas. O nosso objetivo é esse mesmo que você deve estar pensando: tocar fogo na sua imaginação para você sair correndo e pedir água… Muita água!

Circuito Madonna @ London

Posted in Agenda, Comportamento, Giros, Turismo on dezembro 11, 2008 by Augusto Lins Soares

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Por Tino Monetti

No início de outubro, a convite do Visit Britain, viajei para Londres para escrever uma matéria sobre turismo na cidade, focada, claro, nos estabelecimentos e nas áreas gays da capital britânica. A reportagem, publicada na DOM #9 (a que traz o belo Alvaro Jacomossi na capa), foi realizada com sucesso e, durante sua criação, acabou gerando um desdobramento surpreendente para mim e para a revista.

Como sabíamos que neste mês de dezembro Madonna, nossa querida rainha do pop, estaria aqui no Brasil, decidimos brincar e fazer um circuito da cantora em Londres, cidade onde vive há anos com os filhos e o agora ex-marido Guy Ritchie. No caminho, eu e a colaboradora Maria Carol Sganzerla, uma grande amiga que me ajudou muito, visitamos a rua da diva, sua casa, sua academia privada, o centro de cabala, um mercadinho orgânico e uma série de outros locais frequentados por Madge.

Estar perto ao menos de uma parte da vida de um ícone como Madonna é, ao mesmo tempo, frustrante e contagiante. Isso porque, como deveria ser, o mito é desmistificado e, por baixo de todos os figurinos, polêmicas, euros e personas, existe um ser humano normal, comum e banal como outro qualquer. Um ser humano que quer o melhor para seus filhos, que compra brócolis e granola, que gosta de luxo, mas também tem seus pés na realidade. Alguém de carne e osso – e muito talento, claro!

O resultado de toda esta saga pode ser encontrado com riqueza de detalhes na atual edição da DOM, que além de contar com Malvino Salvador e Os Homens do Ano DOM na capa, também traz uma série de matérias especiais pelo aniversário de um ano de nossa publicação.

Na ponta dos dedos

Posted in Revista DOM - De Outro Modo, Tecnologia on dezembro 10, 2008 by Paulo Basile

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Desde pequeno, crio uma grande admiração pela tecnologia. Meu pai, um engenheiro de telecomunicações que trabalhou por mais de 30 anos com telefonia móvel, plantou dentro de mim uma sementinha de apreço pelas novidades tecnológicas. Lembro-me, muitos e muitos anos atrás, quando ele chegou em casa com o primeiro celular que seria vendido no Brasil, um verdadeiro tijolão pré-histórico. Mas, para a época, era o máximo!

Hoje, vivemos na era do Iphone. O tamanho dos celulares diminiu, o peso diminiu, o design melhorou e a tecnologia proporcionou ferramentas até então jamais imaginadas. Como, naquela época, alguém pensaria em um celular sem nenhuma tecla, nenhum botão? Pois é, a tecnologia touchscreen invadiu os celulares, os eletrodomésticos e os mais diversos aparelhos eletrônicos. Na edição de aniversário da DOM, que estará nas bancas neste mês de dezembro, você irá encontrar uma lista com alguns dos mais incríveis aparelhos que usam e abusam da tecnologia touchscreen.

A foto acima é de um aparelho sensacional. Produzido pela Bticino, ele consegue controlar todas as funções da casa, da intensidade da luz à irrigação de seu jardim. Um luxo!

Ahh, mas não vou entregar tudo o que esse painel colorido pode fazer! Compre a nova edição da DOM e confira essa e mais outras dicas de aparelhos que funcionam com um simples toque de dedos. Quem sabe não te ajudam na lista de compras no Natal hein?

A imagem da diversidade

Posted in Revista DOM - De Outro Modo on dezembro 9, 2008 by Taís Lambert

Revista DOM

Você descobriu lá na adolescência que seu interesse por pessoas do mesmo sexo era real e crescente. A necessidade de afirmação e de assumir sua mais profunda identidade chegou a um ponto tal que esconder da família e dos amigos não era mais possível – e nem benéfico.

Fazendo isso, teve de enfrentar um sem-fim de sentimentos confusos, problemas aparentemente insolucionáveis, dúvidas e angústias. Os seus sentimentos, os seus problemas, as suas dúvidas e angústias… e os dos outros.

Suponha que você, assim de bater o olho, acredite não ter nada em comum com a moça aí de cima. Para saber de antemão de quem se trata, é preciso ter mesmo um bom par de antenas: o nome dela não vive transitando por aí.

Mas o cargo dela cai bem aos ouvidos: Líder Global de Desenvolvimento de Negócios para Gay, Lésbica, Bissexual e Transgênero. Yvette Burton é americana e lésbica, ocupa esta posição executiva na tecnológica e poderosa IBM e passou por tudo isso que você leu.

Mrs. Burton é a entrevistada da edição de aniversário de DOM. Ela nos falou sobre como sua família e seus amigos reagiram quando se assumiu, do quanto estudou para se destacar, da escolha do tema de seu doutorado, que foi considerado um dos 10 melhores – o que serviu de trampolim rumo à IBM, quais são as medidas urgentes para o universo LGBT nos Estados Unidos e no mundo entre muitas outras coisas.

Além disso, Yvette é co-presidente da Aliança Gay & Lésbica Contra a Difamação (GLAAD): a primeira mulher afro-descendente a ocupar esta posição. Diga-se de passagem, ela se casou com Patricia há alguns meses, sua companheira de 13 longos anos.

Não perca a entrevista de DOM 10. Entre uma superação e outra, descobrem-se muitos pares ao longo do caminho.

Taís Lambert
Editora-Chefe

EM NOME DE DOM

Posted in Fotografia, Homens, Moda, Revista DOM - De Outro Modo on dezembro 8, 2008 by Augusto Lins Soares

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Para comemorar o primeiro aniversário da revista, hoje fui almoçar com Taís, Tino, Zeh e Paulinho (só faltou Fernanda). Entre outras coisas, conversamos sobre o futuro de DOM e as belas mensagens deixadas no último post da Taís e na nossa comunidade do Orkut. Sem dúvida, essa é a melhor resposta que temos para oferecer ao mercado: a sua aprovação.

Você, mais do que ninguém, é testemunha de que eu não vivo inventando notícia ou, pior, falando em nome dos outros, como porta-voz da falta de ética midiática. Aqui no blog, sempre marquei presença (e confesso que deveria ter sido mais assíduo nessa comunicação) para informá-lo sobre assuntos relevantes do universo gay que tivesse a ver com a revista.

Quando resolvi tornar DOM pública, tinha certeza do meu compromisso editorial: trazer para o mercado uma revista gay que respeitasse, de fato, a diversidade, veiculando informação jornalística de excelente qualidade gráfico-editorial para um universo de pessoas interessadas em comportamento, moda, beleza, cultura… Com atitude, estilo e prazer.

E isso eu e a minha equipe estamos conseguindo desde 2007, quando saiu a nossa primeira edição. Agora que a revista faz um ano, vamos ter que buscar um novo parceiro comercial. A Editora Peixes, como foi divulgado recentemente, resolveu descontinuar, no papel, DOM e outros títulos (Terra, Speak Up, Habla e SKT) e deixá-los apenas na versão digital.

No nosso caso, isso é impensável. Meu projeto DOM sempre foi para os meios impresso e digital, simultaneamente. Sendo assim, já estou negociando com um novo investidor/parceiro para dar continuidade à nossa bem-sucedida publicação (“infelizmente” esta não é uma boa notícia para os poucos “urubus de plantão”. Perdão!).

Enquanto a gente espera as boas novas para 2009, vamos saboreando a nossa deliciosa edição de aniversário que, mais uma vez, festeja a beleza masculina em grande estilo. Nosso coverboy de dezembro é simplesmente o ma-ra-vi-lho-so Malvino Salvador. Testosterona pura. Ele foi um dos eleitos em nossa enquete Os Homens do Ano DOM. Sucesso total!

Além da capa, o belo Malvino nos brinda com um ensaio fashion em clima de praia. Nos próximos dias, eu, Taís, Tino, Zeh e Paulinho vamos estar com você, aqui no blog, postando as novidades dessa edição e contando sobre o futuro da revista. Vamos informar sobre assinaturas, bancas, site, blog, orkut… Mas, por favor, aguarde! Queremos você sempre por perto.

Beijos, abraços e obrigados.

Parabéns, DOM e obrigada, leitor!

Posted in Revista DOM - De Outro Modo on dezembro 5, 2008 by Taís Lambert

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Você sabe quantas revistas existem no país, hoje? Segundo dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC), publicados no site da Associação Nacional dos Editores de Revistas (ANER), até 2007 contabilizava-se, somando títulos regulares e especiais, 3.833 revistas.

Seria necessário comprar 10 revistas POR DIA, ao longo dos 365 dias do ano, sem pular nenhum, para dar conta de quase todos os títulos disponíveis. A conta é primária e meramente ilustrativa, mas revela em qual velocidade o mercado editorial brasileiro tem dado suas passadas.

Nesse contexto, a revista DOM – De Outro Modo surgiu nas bancas exatamente um ano atrás. Hoje é o aniversário de uma das publicações mais sérias e conscientes do mercado, que escreveu mais um valoroso capítulo na história do Jornalismo no Brasil.

Em um ano, DOM ousou, criou, investiu, permaneceu, mudou, trasformou, foi adiante, voltou, foi mais um tanto, repensou, bateu de frente com o preconceito, com a burocracia, com o amadorismo, e sempre calcada em dois valores: integridade jornalística e respeito ao leitor.

DOM contou com a colaboração de jornalistas absolutamente profissionais, teve em suas páginas fontes de relevância nacional e internacional,  modelos de projeção mundial, marcas de grande importância e esteve nos melhores e maiores eventos de lançamentos em 2008, sempre alvo dos convites que nenhuma outra publicação do segmento compartilhavam.

Isso tudo não é gratuito. É fruto de um trabalho em equipe que contemplou e respeitou, dia após dia, o talento e as limitações de cada um, sempre num pulsar incessante atrás do que seria bom e benéfico para você, leitor, razão de cada linha, de cada foto, de cada ponto publicado.

Hoje meu tom é sério, pois uma revista gay como a DOM completar um ano de vida em meio a 3.833 títulos – e com tantos méritos – é história para contar a tantas gerações quanto eu alcançar.

Nosso “lema”, se assim posso dizer, diante das críticas e das intemperanças sempre foi o silêncio, a reflexão e o trabalho duro. Em breve, a DOM 10 de Aniversário estará nas bancas, como mais uma de nossas silenciosas e profissionais respostas. 

Tenho uma gratidão sem fim por você, leitor, que me acompanhou por um ano. E agora sim falo só de mim, que tive uma história singular na DOM. Muitos elogiaram meu trabalho justamente por eu ser “nova” no universo gay, mulher e heterossexual. E muitos me criticaram sobremaneira justamente por eu ser “nova” no universo gay, mulher e heterossexual… Viva a diversidade! Sempre haverá espaço para se aprender a respeitar isso.

Viva aos meus amigos dedicados que fizeram uma DOM extraordinária: Augusto Lins Soares, Jorge Tarquini, Valmir Junior, José Henrique Domingues, Fernanda Oliveira, Paulo Basile e Tino Monetti. Viva aos colaboradores que não arredaram o pé e acreditaram na revista.

Viva a vocês, leitores, que abriram a carteira, os braços e o coração para essa nova página do Jornalismo chamada DOM!

Viva a sua capacidade de permitir-se o novo. Vida longa ao sublime direito de escolha!

Com o carinho de sempre,

Taís Lambert
Editora-Chefe

Na fila sem Madonna

Posted in Histórias, Revista DOM - De Outro Modo on novembro 28, 2008 by Paulo Basile

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Último capítulo

De um lado, os fãs de Madonna desesperados para que os cambistas não passassem a suas frentes. Do outro, os cambistas que fariam o que fosse necessário para conseguirem entrar primeiro que todos. Na rua, duas viaturas da polícia militar apreciando a confusão sem mover um só dedo. Indo de um lado para o outro, a imprensa, querendo cada simples detalhe para transformar o show de impunidade em audiência. Sentado, chorando, tive que dar entrevistas para a Reuters e para o SPTV da Globo. Só pensava “espero que todos consigam comprar seus ingressos e que ninguém se machuque”.

Não poderíamos fazer mais nada. Não haveria organização, não entraríamos tranquilamente, não usariam nossas senhas. O jeito foi grudar com todas as forças no portão. Tive tempo ainda de encontrar a assessora de imprensa da Time 4 Fun, chorando, descabelado, e pedir para que tudo ficasse bem. Ela, como não poderia não dizer, falou “tudo vai ficar bem”. Mas não ficou. Às 10 horas, os portões se abriram. Primeiro, os gestantes e idosos (impressionante como tantas velhinhas gostavam de Madonnas e como até mesmo um atestado de gravidez surgiu no meio da confusão). Depois, ao menos, conseguir ser o primeiro, e meu melhor amigo o segundo. Nos direcionamos às bilheterias e começou o incasável zigue-zague pelos cavaletes de ferro até chegar nas cabines. Eram por voltas de 50 fileiras que tivemos que percorrer.

Quando estávamos quase chegando, olhamos para trás e aí o cáos se instaurou. Os seguranças não conseguirem mater o portão semi-aberto e a multidão começou a invadir o estacionamento. As pessoas começaram a correr, a pular os cavaletes, a derrubá-los no chão. Pessoas cairam, foram pisoteadas. Guardas gritavam “não corram, não corram, vamos chamar a tropa de choque!”. Tropa de choque? Parecia piada ver meia dúzia de mulheres gritando para não correr, com suas camisetas “Em que posso ajudá-lo?”.

Cheguei a bilheteria e minhas mãos tremiam. Mal consegui escrever meu cpf numa folha q foi me dada e a solicitação de dois ingressos, meia-entrada, para os dias 18 e 20. Logo ao lado da bilheteria, havia uma grande placa informando que vários setores já estavam esgotados. Ou seja, a Time 4 Fun havia mentido ao dizer que as vendas de internet e fone não influenciariam nas vendas de bilheteria. Mais uma vez, os fãs haviam sido enganados.

Quando me direcionei a primeira bilheteria, eu tremia de emoção e de medo. Emoção por compras ingressos, medo porque dezenas de pessoas estavam me xingando, me insultando, dizendo que eu não tinha organizado nada, que só pensava em mim. Meu amigo virou para a multidão e disse “ele por acaso ganhou alguma coisa para fazer o que ele fez por vocês?”. É, era isso que eu queria falar, mas não conseguia. E então fui ameaçado de morte. “Lá fora, você é nosso, então é melhor você se esconder”, “se prepare quando for embora”, “toma cuidado lá fora”, foram algumas das frases que eu ouvi.

– Duas meias entradas, dia 18 e 20!
– Meia entrada acabou!
– Como acabou?!?!?! Vocês acabaram de abrir! Não pode acabar.
– Não sei explicar, acabou…

Entrei em pânico. Havia me programado com meus 600 reais para comprar para dois shows, e sem meia entrada eu só poderia ir em um. Muito triste e querendo sair logo dali, foi o que tive que fazer. Peguei o ingresso e sai correndo para o estacionamento e fiquei esperando meu amigo sair. Quando, encontrei com ele, ouvi a pior coisa que poderia ouvir no momento.

– Comprei minhas duas meias entradas, ebaaaaaa!

Cinco minutos depois de eu ter comprado meu ingresso, misteriosamente as meias entradas foram liberadas. Meu mundo acabou e nunca me sentitão mal em toda a vida. Eu chorava, desesperado, soluçava, não conseguia sequer falar. Por que aquilo estava acontecendo comigo? Depois de tudo o que passei, por que meu Deus? CInco dias na fila para ter um erro bem na minha vez, o primeiro, e eu não conseguir meu objetivo. Eu chorava, meu peito doia, doia como nunca, meu sonho tinha sido manchado. Tentei conversar com a gerente das bilheterias e o que consegui ouvir foi “é, realmente deu um errinho na sua vez, não sei explicar, coisa de computador sabe, mas fique feliz, ao menos você irá ir em um show!”. Se não fosse pelo meu ataque de choro, talvez eu tivesse dado um soco em sua cara. A vontade era essa, mas as forças me impediam.

Fui vendo meus amigos voltarem das bilheterias todos felizes. Fui vendo os cambistas que me ameaçaram começarem a se aproximar. Fui vendo emissoras de televisão querendo me entrevistar. Fui vendo tudo girar. Fui vendo meu mundo desabafar de uma forma horrorosa. Fui vendo cambistas saindo com 10, 15 ingressos nas mãos. Fui vendo uma polícia não fazer nada. Fui vendo o perigo de ser pego no ponto de ônibus aumentar. Fui vendo algo que eu não queria ver.

Então tive que fugir. Escoltado dentro de um carro de um amigo que fiz na fila, tive que ir embora. O sonho havia acabado. Com um ingresso nas mãos, uma barraca na outra, muitas lágrimas no rosto e a sensação de ter vivido os melhores e os piores momentos na minha vida, o sonho estava acabando, os cinco dias que passei se tornariam passado, as pessoas que eu conheci não dormiriam mais ao meu lado, eu não faria mais reuniões para comunicar algo, eu não passaria mais noites em claro explicando sobre o acampamento.

Olhava pela janela do carro, em silêncio, com lágrimas pesadas nos olhos e não conseguia entender o que tinha acontecido. Não achava respostas, não achava explicações. Eu veria Madonna, mas não da forma que eu queria, em 2 shows. Mais uma vez a justiça falharia no Brasil, no lugar onde as pessoas mal intensionadas se dão muito bem, no lugar onde as pessoas que prezam pelo bem das outras são passadas paratrás. Cambistas venderiam seus ingressos futuramente por 3 mil reais e eu, cinco dias na fila, dando a cara a bater, não conseguiria nem ir aos dois shows que havia me programado, que havia guardado meu rico dinheirinho. Mas isso não ficaria assim, nada apagaria o que eu passei lá, nada mudaria a história. Nada apagaria minha saga “Na fila sem Madonna”

Ps: duas semanas depois, com muita determinação, coragem e senso de justiça, eu consegui trocar meu ingresso inteiro por duas meias entradas. A justiça pode ser falha, mas o amor de um fã é maior! Madonna, dia 18 e dia 20, tenho um encontro com você! Acampar para o show? É, quem sabe comece uma nova saga, quem sabe…

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Posted in Vídeos on novembro 27, 2008 by Paulo Basile